Lembro de quando ela disse que todos nós morremos e que a verdade é uma ilusão absoluta. Fecho os meus olhos, me imagino longe daqui, escrevendo mais um verso… ainda bem que essas paredes não me escutam (eu acho).
Essas ideias vêm de um retrato abstrato que pintei na noite passada. Deixei o cadeado aberto na porta do quarto, um buraco negro se abriu em frente ao infinito. É fato que todos querem abrigo…
Sou sua poesia mal escrita, garota… não derramo nenhuma gota de lágrima… tudo o que vejo são fantasmas perturbando a minha paz…
Nunca te escondi o fato de que sou inevitavelmente complicado. Um cara que não almeja ser resgatado. Você sabe que o paraíso não passa de um conceito imaginário…
Poderia escrever mais uma música sobre corações partidos e o privilégio de ser tão frio… mas o caminho é irrastreável como qualquer signo do zodíaco.
Acreditei na terra do nunca quando era criança, hoje, somos perdidos sem ser meninos… depois que a gente cresce, perdemos parte do brilho e dificilmente voltamos aos trilhos…
O bloco de notas segue cheio de rabiscos calejado pelos traumas. Mas o que me resta? Tecer as linhas sobre a carcaça? Talvez a alma tenha entrado em estado de decomposição… ah, quer saber? Foda-se! Tô sem disposição para ser a sua ressurreição depois do terceiro dia.
Texto anterior:
Minha querida musa inspiradora
Já vi muita gente chegar e ir embora. Já vi muita gente querer ficar e não conseguir… E, hoje em dia, eu entendo essas pessoas melhor do que ninguém.
a única certeza é só essa mesmo: a morte (figurada ou real).